quarta-feira, 3 de junho de 2009

Pelo direito ao "desamarro".


Detesto cadarços desamarrados. Não porque eles me incomodem, mas pelo contingente de pessoas que te aborda na rua pra te alertar do perigo iminente que você corre pela falta do lacinho nos pés.
Hoje eu estava parada no ponto de ônibus com uma pilha de livros na mão, quando percebi meus cadarços soltos. Infelizmente não fui a única.
-Moça, seu tênis tá desamarrado.
Por quê diabos sentimos a necessidade de dar explicações pra passantes intrometidos?
-Eu sei, obrigada. É que estou esperando o ônibus chegar pra amarrar na cadeira.
E foi-se. Logo em seguida avistei meu ônibus parado no sinal lá no comecinho da rua e....
-Menina, seu cadarço tá desamarrado.
Respondi a um senhor de óculos, entre irônica e desanimada, que esperaria o ônibus pra apoiar o material.
O senhor não moveu o semblante. Continuou grave e preocupado, quase tomando o material das minhas mãos. Era caso de segurança nacional.
-Então dá cá esse material que eu seguro antes que você tropece por aí.
Sem mais sorrisos ou educação, puxei meus livros e saí. Meu ônibus está ali!
Fui pra casa um pouco irritada, pensando porque as pessoas se preocupam tanto. Consigo andar tranquilamente ruas e mais ruas com meu cadarço desamarrado. É só não ser disléxico que você consegue.
Já na entrada do meu prédio, esperei uma senhora que vinha correndo pra me alcançar antes que o elevador subisse. Apesar do mau-humor, me esforcei pra ser simpática nos cumprimentos.
Abre a porta daqui, comenta do frio dali...
- Ô mocinha, seu cadarço ó. Tá solto.
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Segue abaixo uma dica pra quem não quer mais passar raiva como eu. Repare o recado agradecido logo abaixo da instrução, que deve ser direcionada à indivíduos entre 2 e 3 anos.